Recomeçar nem sempre é fácil. Quando o Golfinho Dourado me levou até a margem eu não tinha ideia de que ano era ou onde estava. Minha consciência vinha oscilando há dias e, o tempo que eu fiquei no mar sem comer não ajudava em nada. Minhas roupas não eram nada além de farrapos naquela altura e, meu relógio se tornou uma pintura abstrata feita de arranhões. Levou algum tempo até que eu conseguisse me erguer — nem mesmo meus poderes me impediam de chegar à exaustão — e me deparar com uma praia completamente deserta. O céu estava repleto de nuvens cinzentas e uma chuva fraca caía, mas isso pareceu ser o suficiente para afastar os banhistas. Não reconheci nada nos arredores, mas esse não era o maior problema. Eu precisava sair de lá, encontrar comida e me esconder. O medo de ser encontrado ainda estava me assombrando. Pulei para fora do barco quando senti que havia alguns pequenos caranguejos beliscando os meus pés. — Porra! — minhas mãos agiram rápido para ...